Ao contrário do que muitos imaginam, as línguas de sinais não são, simplesmente, mímicas ou gestos soltos utilizados pelos sujeitos surdos para facilitar a comunicação.
A Libras (Língua Brasileira de Sinais) é a língua que o sujeito surdo utiliza para se comunicar. As línguas de sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas, elas são compostas por estruturas gramaticais próprias.
A Libras tem sua origem na língua de sinais francesa e é a língua utilizada pelas comunidades surdas e legalmente reconhecida como meio de comunicação e expressão através da Lei 10.436/2002 e pelo decreto 5626/2005.
Essa língua é visual-espacial, ou seja, se realiza no espaço com articuladores visuais: as mãos, o corpo, os movimentos e o espaço de sinalização. Libras não é a gestualização da Língua Portuguesa e sim uma língua completa, com uma estrutura gramatical própria que permite ao sujeito surdo a liberdade de expressão, tornando-se ferramenta fundamental para inclusão social.
E se eu aprender o alfabeto manual de Libras já posso conversar com um surdo? O alfabeto manual é utilizado somente para soletrar manualmente o nome das pessoas, alguns nomes de lugares, objetos e animais caso não tenha sinal convencionado. O alfabeto manual é a representação das letras alfabéticas no português.
A Língua de Sinais não é uma linguagem universal, pois, assim como o país possui a sua própria língua, o mesmo ocorre com a Libras. Há variações de acordo com cada lugar, na Libras, chamamos de regionalismo, também temos sinais com o mesmo significado e muitas palavras em português que ainda não foram convencionadas em sinais. O que ocorre é que a cultura local influencia muito nos resultados da língua e as expressões são influenciadas pelo regionalismo, o que a estabelece ainda mais como uma língua.
Miriam Freitas
Diretora Modo Bilíngue